Mudar fraldas, esterilizar biberons, preparar refeições já não são tarefas exclusivamente femininas. No século XXI, há cada vez mais homens a assumir o papel de pai a tempo inteiro. Os dados do Instituto Nacional de Estatística apontam que em Portugal, em 2010, cerca de 43 mil homens cuidavam dos filhos sozinhos. O Boas Notícias foi conhecer alguns casos e descobrir quem são estes “novos pais”.
São vários os casos de homens que cuidam dos filhos. Alguns assumem a tarefa sozinhos, devido a processos de divórcio, viuvez ou ainda, em menor percentagem, na sequência de processos de adoção de crianças. Outros, apesar de viverem com a sua companheira, assumem voluntariamente as principais tarefas na educação dos filhos.
João Tavares, 37 anos, jornalista, pai de três filhos e autor do livro “Os homens precisam de mimo”, explica ao Boas Notícias que o homem do século XXI, que exerce o papel de pai, está “preocupado com outras atividades para além de estender os pés no sofá, ligar a televisão e pedir uma cerveja à mulher quando chega a casa”.
“É um pai que conhece o lugar dos tupperwares, que sabe quantas gavetas tem o congelador, onde se mete o amaciador na máquina de lavar, que se levanta à noite para dar o leite ao filho e que também tem de tirar cocó das unhas quando uma mudança de fralda não corre tão bem quanto gostaria”.
Este “pai moderno” acentua ainda que, nos dias de hoje, o progenitor faz cerca de 40 a 50 por cento das tarefas que as “mulheres faziam a 100% na década de 60”. Catarina Mexia, psicóloga e terapeuta familiar, confirma que “para além de manter o papel de provedor, o homem de hoje acrescentou o papel de cuidador e companheiro”.
A terapeuta considera que papel do pai tem vindo a alterar-se de forma apreciável nos últimos 20/25 anos. Com os tempos foi quase uma consequência, ou seja, a "moda" de participar na mudança das fraldas, ou dar banho aos filhos tornou-se em símbolo de uma participação ativa e empenhada na educação das crianças.
E, aparentemente, os homens assumiram esta tarefa com a competência necessária: “O homem que assume a parentalidade a tempo inteiro ou sozinho é tão competente quanto uma mãe e a motivação para o fazer tanto existe no homem como na mulher”. Catarina Mexia explica ainda que "ambos precisam de aprender competências básicas de parentalidade e na prática o que distingue um bom pai é a sua capacidade de estabelecer uma relação segura e emocionalmente gratificante com o seu filho".
Por outro lado, é fundamental que o adulto responsável pelas crianças tenha "capacidade de estabelecer regras e limites no que concerne à disciplina, tudo o resto pode ser aprendido, junto dos familiares próximos, dos amigos".
Fonte:http://www.boasnoticias.pt/noticias_Pais-do-Século-XXI_8565.html