quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Mulheres pouco representadas na ciência

por CÉU NEVES
As mulheres estão sub-representadas na ciência, alerta um estudo da Comissão Europeia. Elas constituem 30% dos investigadores e 18% dos professores regentes de cadeira, o que denuncia uma desigualdade entre sexos na área científica. É que há uma maior percentagem de licenciadas do que licenciados, o que acontece na maioria dos países da União Europeia, nomeadamente em Portugal.
Segundo a edição do She Figures 2009, um inquérito sobre a igualdade entre homens e mulheres nas ciências, publicado esta semana pela Comissão Europeia, a desigualdade entre sexos persiste. Embora a percentagem de mulheres investigadoras esteja a aumentar a um ritmo mais acelerado que os homens, bem como as que concluíram o doutoramento, elas "continuam sub-representadas a nível da carreira científica".
"Esta desigualdade entre homens e mulheres constitui um desperdício de oportunidades e de talentos que a Europa não pode permitir. O problema não se resolve num dia, é preciso acabar com os obstáculos estruturais que surgem no percurso profissional das mulheres cientistas", alertou Janez Potocnik, comissário responsável pela ciência e investigação.
Em Portugal, as mulheres constituem 59,8% dos licenciados, mais 2,5% que a média europeia, maioria que, também, conquistou no campo da docência, mas essa maioria não se reflecte nos órgãos de decisão, facto sublinhado pelas dirigentes da Associação Portuguesa de Mulheres Cientistas (AMONET).
Aliás, foi esta desigualdade que levou à sua criação, em 2003. O objectivo foi constituir um fórum onde as mulheres cientistas pudessem, "de forma organizada, optimizar a sua capacidade de intervenção na sociedade" e conquistar uma maior visibilidade para as mulheres.

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