terça-feira, 10 de agosto de 2010

Empresas “pouco” preocupadas com igualdade de género

Projecto “Acentuar” aponta medidas para a paridade entre homens e mulheres
As Pequenas e Médias Empresas (PME) do distrito de Bragança ainda estão “pouco sensibilizadas” para a questão da igualdade de género. Esta foi uma das conclusões retiradas de um estudo de diagnóstico realizado no âmbito do Projecto “Acentuar”, que visa a elaboração de planos para alcançar a paridade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Apesar disso, a secretária de Estado da Igualdade, Elza Pais, realçou a “boa articulação” entre instituições na “promoção” desta valência. Inserido no Programa Operacional Potencial Humano, o “Acentuar” começou por ser elaborado em Bragança, mas a amplitude geográfica poderá ser estendida, a curto prazo, a toda a região transmontana, dado que é uma iniciativa promovida pela Federação das Associações Empresariais de Trás-os-Montes e Alto Douro (FAET). Nesta fase, o estudo foi realizado junto de PME do distrito, para que sirva de “indicador de referência” para o projecto. Em Agosto, depois de realizado o diagnóstico, decorrerão as acções a implementar, estendendo-se até ao final do ano, que vão desde acções de sensibilização e de formação, distribuição de material informativo, até acções de inovação no trabalho, esperando-se “abranger 140 destinatários directos”. “Há um longo caminho a percorrer, mas é um caminho que já está a ser efectuado. Hoje já temos instrumentos que nos ajudam a ultrapassar esses obstáculos”, justificou Elza Pais. Para a secretária de Estado, impulsionar a “igualdade é estimular o desenvolvimento de uma região”, pelo que estes planos manifestam uma “proposta de um novo modelo social de organização”. Neste âmbito, e após o diagnóstico realizado a várias entidades, o “Acentuar” vai facilitar a introdução de novas medidas que “ajudem” as famílias a usufruir de uma “proximidade entre a vida pessoal e profissional”. “Estes projectos vão seguramente ajudar-nos a reorganizar o nosso modelo social e económico”, sustentou a responsável. Elza Pais referiu ainda que é “necessário quebrar barreiras e estereótipos”, para que a “conciliação e a representação equilibrada em todos os níveis hierárquicos empresariais saiam reforçados”. Estabelecendo um comparativo com outros distritos, a secretária de Estado mostrou-se “surpreendida” com a “eficiência” do trabalho entre as diferentes redes. “Bragança é um distrito onde as pessoas se conhecem. Quando isso acontece, a proximidade é mais forte e, por isso, os projectos acabam por se fazer de uma forma muito mais fácil e agilizada.” Num investimento que ronda os 42 milhões de euros a nível nacional, a igualdade de género tem, em Bragança, um valor que ultrapassa um milhão de euros, estando o projecto “Acentuar” orçado em cem mil euros, suportado, na totalidade, pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional. Para o presidente da FAET, Jorge Morais, a reduzida sensibilidade dos empresários assenta no “envelhecido tecido empresarial”. “O empreendedorismo é uma nova estratégia e, por isso, temos de apostar nas novas gerações. Estas já estão mais direccionadas para estas questões”, frisou, apontando o “caminho da partilha” para o “desenvolvimento da região”.
Fonte: http://www.mdb.pt/noticia/3076

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