quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Trabalhar em Portugal e ser mulher custa 19% do salário

Ser mulher em Portugal significa, na maioria dos casos, receber menos do que os homens antes e depois do momento da reforma e ter ainda maior probabilidade de não conseguir sequer um emprego.
As estatísticas mais recentes (2011) mostram que as discriminações se têm vindo a acentuar, com as mulheres a receberem, em média, menos 19% do salário base mensal dos homens (-192 euros), ou seja, 831,86 euros e 1024,42 euros, respectivamente.
Também a percentagem de trabalhadores do sexo feminino que não ganham mais do que o Salário Mínimo Nacional (SMN) é praticamente o dobro da registada pelo sexo oposto.
E se tivermos em conta que o SMN, após os descontos legais, se cifra em 432 euros líquidos (abaixo do limiar da pobreza: 434 euros), significa que um imenso número de trabalhadores, na maioria mulheres, empobrecem diariamente a trabalhar. Há ainda a acrescentar que 21% das mulheres activas têm vínculos precários; mais de 60% das jovens entre os 15 e os 24 anos estão sem emprego; e são elas que mais ajudam a engrossar os 14,1% de desempregados ao nível nacional, em especial os desempregados de longa duração.
Discriminação na reforma
E quando chega a hora da reforma, a discriminação continua. A pensão média de velhice das mulheres é de 304 euros (também abaixo do limiar da pobreza), enquanto a dos homens é de 516 euros. Na prática, o valor da pensão de reforma delas corresponde a 58,9% da auferida por eles. Para contrariar esta realidade, a Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens (CGTP-IN) apela à luta no feminino, não apenas no Dia Europeu da Igualdade Salarial, que se assinala hoje, mas em todos os outros
Fonte: http://www.destak.pt/artigo/119090-salarios-femininos-sao-19-mais-baixos

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