segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Violência doméstica: lançada campanha em defesa dos filhos


«Chegou a hora de dar um murro na mesa» é o mote da mais recente campanha do Governo contra a violência doméstica. Desta vez o foco é nas crianças, já que 42% dos casos em 2011 foram presenciados por menores.

A campanha, da responsabilidade da Comissão para a Igualdade de Género (CIG), foi apresentada esta sexta-feira, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Na cerimónia de apresentação estiveram o ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, o secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Marco António Costa, e o secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa.

No final da cerimónia, em declarações aos jornalistas, a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade apontou que o ano passado foram feitas cerca de 29 mil denúncias de violência doméstica junto das autoridades policiais e que, segundo o relatório de segurança interna de 2011, 42% dessas situações foram presenciadas por crianças.

Teresa Morais defendeu, por isso, que o objetivo da atual campanha é chamar a atenção das mulheres para os efeitos negativos nas crianças que assistem a atos de violência sobre as mães e encorajá-las, com isso, a tomarem a decisão de «se libertarem das relações violentas» em que vivem.

A secretária de Estado sublinhou que há mulheres que se mantêm em relações violentas porque estão convencidas de que é melhor para os filhos que a família exista tal como está, quando, na verdade, «as crianças sofrem com a violência exercida sobre as mães» e «ficam com marcas para o resto da vida».

«Essas marcas nalguns casos são imediatas e evidentes, como o insucesso escolar, os pesadelos, a agressividade, mas há outras marcas que persistem para o resto da vida, e há também em algumas crianças uma aprendizagem do comportamento violento que mais tarde acabam por replicar sobre as pessoas com quem estão e com quem vivem», sublinhou Teresa Morais.

«É muito importante que as mulheres percebam que não faz bem aos filhos permanecerem numa relação violenta e que eles [filhos] são uma razão acrescida a ter em conta na atitude de libertação em relação às situações de violência», acrescentou.

Na apresentação da campanha, o ministro Miguel Relvas disse que o Governo tem «uma agenda firme no combate às desigualdades de género e à violência doméstica» e que entende, por isso, que tem de haver uma concentração de esforço no combate a este fenómeno.

«No primeiro semestre de 2012, segundo dados do Observatório de Mulheres Assassinadas, terão sido assassinadas 20 mulheres. À data de hoje, infelizmente, terão sido mais de 30. Nem que estivéssemos reduzidos à unidade, o combate jamais poderia esmorecer», defendeu Miguel Relvas.

Números que «envergonham» na opinião do ministro, que garantiu que o «Governo não descurou as suas obrigações nesta matéria».

A campanha vai ser divulgada nos jornais, revistas, televisões e rádios e nas redes sociais, através de uma página no Facebook: https://www.facebook.com/DarUmMurroNaMesa.

Fonte:http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/violencia-domestica-sociedade-chegou-a-hora-de-dar-um-murro-na-mesa-campanha-tvi24-sociedade/1395807-4071.html

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